Investimento em ações, primeiras lições.

Bem gente, investir em ações requer muito aprendizado, mas deve ser feito pelo retorno que pode ser obtido. Vou postando conforme vão surgindo dúvidas e conforme vou aprendendendo.
O que está abaixo é só o basico para começar, não é todo o conhecimento disponível sobre o assunto, então deve-se aprender mais.
A dica importante antes de começar a investir pra valer é "brincar nos simuladores" como o "em ação do Folha Invest".
Outra dica importante é procurar uma assessoria legal para te ajudar como os assessores financeiros.

As Ações

Ações são pedaços de uma empresa. Pedaços bem pequenos, digamos, alguns reais numa empresa que vale milhões ou bilhões.
Comprando ações nos tornamos sócios de uma empresa, obviamente com participação pequena.

Uma empresa lança ações na bolsa quando quer ter mais dinheiro para sua expansão. Quando lança ações na bolsa (a chamada "oferta pública inicial" ou IPO, em inglês) a comissão de um banco analisa o quanto vale a companhia e transforma esse valor em pedaços (já injetando um valor a mais), seguindo vários critérios. Com a venda desses valores a empresa ganha dinheiro para poder gastar no que quiser e se torna uma sociedade anônima (S/A), uma empresa pública, aberta a quem quiser ser sócio. É como se varios sócios entrassem na empresa, sendo algum deles majoritário.

Existem alguns tipos de ações, principalmente:

ON - Ações ordinárias. Dão direito a voto nas decisões da empresa, mas pagam menos lucros (dividendos). O sócio majoritário de uma empresa com capital aberto tem a maioria das açoes ON desta.
PN - Ações preferenciais. Dão preferência nos dividendos, mas sem direito a voto. Às vezes se subdividem em vários tipos segundo a política da empresa, PNA, PNB, etc...
UNITS ou UN - novo esquema de ações que unifica as duas acima.

Geralmente as ações são baratas (há açoes de menos de um real, há outras de cerca de 10 e outras de cerca de 100 reais), mas elas são vendidas geralmente em lotes. Falaremos mais disso adiante. Todas as ações da Bovespa são indicadas por códigos compostos de 4 letras e um número (geralmente 3 para ON, 4 para PN, 5 para PNA, 6 para PNB, 11
para units). Por exemplo: Petrobras ON é PETR4, Vale do Rio Doce PNA é VALE5, Vale do Rio Doce ON é VALE3, Unibanco UNIT é UBBR11, enfim...

Os preços (cotações) das ações é baseado nas últimas ofertas de compra e venda. Portanto, quando um preço de uma ação cai é porque estão vendendo por preços mais baixos do que a cotação. Quando sobe, é porque estão comprando por preços maiores que a cotação.

Quando um investidor tem ações na bolsa diz-se que ele tem uma "carteira" de ações. As ações mais negociadas da bolsa, de empresas com números sólidos e estabilidade comprovada são chamadas de "blue chips". No Brasil as maiores blue chips são Vale do Rio Doce e Petrobrás, seguidas de Usiminas, Gerdau, Itaú, Banco do Brasil e Bradesco. Quando uma ação é de uma empresa menor, menos conhecida ou sólida, costuma-se chamar de "small cap", ou, no extremo do desconhecimento, pode ser um "mico" (o risco de se lidar com ações desse tipo é bem maior, veja mais adiante).


Bovespa

A bolsa que lida com ações (no mercado à vista, comum) no Brasil é a Bovespa, de São Paulo. As maiores empresas do Brasil estão em massa aqui: Petrobrás, Vale do Rio Doce, Usiminas, Gafisa, Pão de Açúcar, Vivo, Light, CPFL, Telemar, Sadia, os bancos, etc.... É importante lembrar que só empresas brasileiras estão na Bovespa, mesmo que tenham sido compradas por estrangeiros (nesse caso eles compraram a maior parte das ações ON ou UNIT da empresa). Multinacionais têm ações em seus países de origem.

Quando se diz "a bolsa caiu" ou "a bolsa subiu", estamos falando (no Brasil) de um índice chamado Ibovespa. Este índice é composto de uma "carteira virtual", onde se simula um investimento em cerca de 60 empresas (escolhidas segundo alguns critérios). Se as ações dessas empresas caem no geral, como se alguém tivesse investido nelas e perdido dinheiro, a bolsa cai. Caso contrário, sobe. Existem outros índices na Ibovespa, alguns separados por setores e dois que consistem das empresas mais negociadas (IBrX-50 e IBrX-100).

Corretoras e taxas

Para se investir na bolsa é necessário uma corretora. Os bancos também são corretoras, portanto há uma facilidade nesse sentido. Algumas corretoras cobram uma porcentagem sobre a movimentação financeira, outras cobram uma taxa fixa por operação de compra/venda (geralmente uns R$20,00). Esse custo (a "corretagem") é importantíssimo para se calcular o quanto se pode ganhar com operações na Bolsa.

Há uma taxa chamada "custódia", que se cobra quando se tem uma ação em seu poder por um tempo. A taxa é mensal e fica em torno dos R$10, quando existe (muitas corretoras não cobram).

Fora essa taxa ha uma taxa da Bovespa, de 0,035% por operação, a "taxa de emolumentos".

Não há imposto de renda para operações na bolsa abaixo de R$20.000. Mais do que isso, há uma taxa de 15% sobre os ganhos, quando houver ganho.

Como se ganha

O investimento em ações consiste em duas possibilidades:
1- Ganhos com compra e venda. Compra-se, por exemplo, a 10 e vende-se a 12. Há nisso as taxas descritas acima e o risco implícito descrito abaixo.
2- Os chamados proventos, que são basicamente os dividendos, a distribuição dos lucros da empresa aos acionistas.
Geralmente o valor deles é baixo, coisa de alguns centavos por ação. Algumas empresas são conhecidas por distribuir bons lucros a seus acionistas (por exemplo, CPFL, CSN, Souza Cruz*).

(* A Souza Cruz é uma excelente pagadora de dividendos pois é uma indústria de cigarro, e indústrias de cigarro não podem mais investir tanto dinheiro em propaganda, pois estas são proibidas quase que totalmente. Ela chegou a distribuir quase 100% do lucro em dividendos recentemente)

Riscos

Há um risco histórico de quebra? Sim, mas é tão grande quanto o banco que vc tem conta quebrar e vc perder tudo o que está na sua conta-corrente. Então a gente não conta, ainda mais nessa época de economia brasileira mais forte.

O risco mais comum e temido é mesmo o da queda nas ações. Veja que o risco máximo é o da empresa que você tem ações falir e você perder o dinheiro investido nela. Isso dificilmente (ou nunca) acontece sem que a empresa caia pelas tabelas e perca grande parte do seu valor antes. Na dúvida, veja como anda o valor das ações da empresa nos últimos tempos e lembre-se que todas as empresas que compõem o Ibovespa são empresas saudáveis, com contas em dia.

Independente disso pode-se perder dinheiro devido à queda do valor das açoes. É bom dizer que a bolsa é volátil, cai num dia, sobe no outro, isso é normal. Pode até cair durante duas semanas seguidas e subir durante outras, estamos vendo isso agora aliás. O "catch" da coisa é que mesmo que caia muito, um dia subirá tudo o que caiu e mais um pouco. A tendência na bolsa é sempre de alta a longo prazo, uma alta inclusive maior que a de qualquer outra aplicação.

Contra quem quer ganhar no curto prazo e não quer perder há técnicas, descritas a seguir:
- Investir em um pseudo-fundo chamado POP, onde o investidor escolhe uma ação de uma empresa conhecida, o prazo (6 meses ou 1 ano) e investe o dinheiro. Se depois desse prazo as ações subiram o investidor ganha 80 ou 90% desse dinheiro, senão ele ganha quase o mesmo valor que investiu. O ruim disso, fora o valor do ganho não ser cheio e poder haver um pequeno prejuízo, é que antes de 6 meses ou 1 ano não se pode tirar o dinheiro.
- Regular bem o "stop". O stop é um comando da bolsa onde você estipula um preço automático para venda. Digamos que você comprou ações de uma empresa a 50 reais. Você pode estipular que, se ela atingir 48, execute a ordem de venda. É importante dizer que, como a bolsa é volátil, não se pode estipular algo tipo 49,99, porque esse valor certamente seria atingido mesmo na alta (ações oscilam).
- Analisar os fundamentos da empresa e os gráficos (mais adiante).

Estratégia

São estratégias de prazos e liquidez. Importante salientar que essas estratégias podem ser combinadas entre si.

Prazos
Longo Prazo - Investir em longo prazo é ter ações de empresas grandes e confiáveis, as chamadas blue chips, e não se preocupar com a oscilação da bolsa. O investidor de longo prazo vislumbra o prazo de semestres e anos e não se importa com crises, até porque elas passam e a tendência da bolsa é sempre a de valorização, ainda mais quando se investe em blue chips, que tem menor oscilação e uma "performance" mais estável de subida. Investir em longo prazo é a forma mais pacata e segura de se investir na bolsa, pois tem-se o dinheiro aplicado em ações de empresas que sabe-se que não vão despencar do dia para a noite e que se valorizam em bom ritmo. O investidor de longo prazo têm rendimentos sobre os dividendos, um "algo a mais" que acaba sendo um dos principais fatores a quem trabalha no longo prazo. Importante salientar: devido à principal fonte neste caso ser o dividendo, trabalhar no longo prazo com pequenas quantias (lotes fracionários) não faz muito sentido, pois os dividendos costumam não representar muito em pequena escala.

Médio Prazo - O Médio Prazo é o investimento em ações para o ganho com a venda destas de forma não-imediata. Para operar em médio prazo o investidor tem que se basear em primeiro lugar na análise dos fundamentos da empresa, se ela está indo bem, se tem perspectivas boas, etc. Atualmente no Brasil, o ramo imobiliário tem se destacado na valorização a médio prazo, tendo as empresas deste ramo se valorizado bastante de uns seis meses pra cá. Esse ramo é a chamada "bola da vez"...
Pra investir em médio prazo a pessoa tem que comprar algumas ações nas épocas de baixa ou com perspectivas boas de alta e traçar um objetivo para vendê-las, isto é, estabelecer um preço-alvo no qual você se dê por satisfeito ao vender e não sentir remorso se as ações subirem acima desse ponto. A maioria dos traders ativos, que estão sempre vendo notícias e se informando, trabalha em médio prazo.

Curto Prazo - Investimentos em curto prazo requerem habilidade e sobretudo oportunidade. Altas rápidas da bolsa são excelentes oportunidades, assim como notícias positivas sobre empresas (mas tem que ser rápido, pois a notícia que sai às 10 da manhã surte efeito às 11 e é velha à tarde!). A análise gráfica é perfeita para o investidor de curto prazo, pois os gráficos, em situações normais, indicam possíveis direções para o dia seguinte (e não muito mais que isso). Os investidores que trabalham com prazos curtos usam muito o "daytrade", no qual se compra e vende uma ação no mesmo dia, e o "swing", no qual se compra uma ação num dia e vende no dia seguinte, logo na abertura do pregão (O "swing" só existe porque no "daytrade" paga-se 20% de imposto de renda sobre o lucro da operação, independente deste lucro).

Liquidez

Blue Chips - As blue chips são ideais no longo e médio prazos. Mesmo assim, dependendo das circunstâncias, podem ter altas interessantes ao investidor de curto prazo, embora este não seja um fato tão comum, especialmente nas ações da Petrobrás.

Médias - Empresas médias para o padrão da bolsa (que de fato são empresas gigantescas) são uma boa para o investidor de médio e curto prazo. Esteja atento com alguns ramos, como telefonia por exemplo, que costumam oscilar bastante e são bem sensíveis a medidas do governo, como aumento ou diminuição de tarifas. O ramo de varejo costuma ficar mais interessante nos fins de ano, quando se ganha mais em vendas para o Natal.

Pequenas e Micos - Muito cuidado quando se lida com ações de empresas menores e/ou menos conhecidas (as chamadas "small caps"), é preciso experiência. No entanto, checando os balanços e perspectivas dessas empresas podemos nos arriscar.
Quando as empresas são ainda menores, daí o negócio é arriscado e precisa-se também de muito sangue-frio para investir nessas ações, os chamados "micos". Às vezes o investidor pode simplesmente não conseguir vender essas ações pela falta de liquidez (pouca procura) e tomar um belo preju, por não vendê-las ou ter que vendê-las abaixo do preço de mercado.
Algumas corretoras bloqueiam operações com esse tipo de ação. É bom frisar que os investidores mais agressivos têm certo apetite por esses "micos" por serem elas as ações com possibilidades de ganhos mais exagerados.

COm relação à liquidez, algumas empresas, para aumentar a liquidez, realizam o chamado "desdobramento" das ações, ou seja, transformam uma ação mais cara em duas mais baratas. A Vale do Rio Doce está fazendo isso (3 de setembro). Suas ações valem em torno de R$80, vão ser desdobradas para duas de R$40. Assim, o lote fica bem mais em conta (veja mais adiante).

Na prática

Na prática é assim: você pesquisa uma corretora segundo seu sistema, suas taxas (corretagem e custódia) e facilidades (por exemplo: as corretoras de bancos têm integração com a conta-corrente do banco, muitas corretoras disponibilizam telefones, chats e fóruns com analistas de mercado, etc...). As corretoras que não são bancos (conhecidos) funcionam exatamente como eles: você faz uma conta, manda o dinheiro a ser aplicado pra essa conta e, lá estando, você pode aplicá-lo.

Não existe preço fixado pelo qual se vende ou compra, você pode estipular o preço que quiser. Digamos que uma ação X esteja cotada a R$75,50. Você pode chegar e dar uma ordem de compra a R$75. O que ocorre nesse caso é que sua ordem, como está abaixo da cotação, vai para uma fila e pode ou não ser executada. Se você desse a ordem a R$75,50 ou mesmo, digamos, 76, sua ordem seria a primeira da fila e certamente executada. Aliás, se você der a ordem num preço diferente do preço corrente da ação e essa ordem for executada, é exatamente aí que o preço da ação "sobe" ou "cai"...

Nesse meio tempo ainda existe o "stop". Digamos que você não queira ter prejuízo nenhum, numa estratégia de menor prazo. Você pode colocar o "stop" da ação X a R$74,00. Se ela atingir essa cotação, a venda é automática nesse valor (ou em outro, estipulado). Numa época de incertezas e quedas bruscas e acentuadas, isso pode ser interessante. Existe também o "stop" máximo, onde você põe um valor máximo, digamos, R$85,00, pra que as suas ações X sejam vendidas se atingido esse valor. Existe ainda uma ordem chamada "start" onde você pode estipular um preço, e se as ações de uma empresa chegarem nesse preço (geralmente baixo), são automaticamente compradas. Digamos que você saiba que o "preço justo" da ações da empresa X seja R$85,00 mas andam oscilando abaixo disso. Você põe um start a R$72,00 e espera, se as ações X atingirem esse valor são automaticamente compradas e você pode esperar a suposta alta delas pra ter seu lucrinho.

Uma vez que você comprou as ações, você espera o movimento do mercado. Dependendo de sua estratégia, como vimos, você pode querer vender as ações, nesse caso é só executar uma ordem de venda, com o mesmo funcionamento descrito acima.
Digamos que a cotação da ação X foi a R$81,60. Você pode tentar vender por R$82 e esperar na fila ou pode ser o primeiro da fila vendendo por R$81,60 ou R$81,50, por exemplo.

Independente de tudo isso, sempre contabilize os emolumentos de 0.035% e a taxa de corretagem. Se for ficar com as ações em um prazo mais longo, contabilize também a taxa de custódia.

Uma coisa importante é salientar que as ações são vendidas prioritariamente em lotes. Os lotes geralmente são caros, ainda mais das ações mais conceituadas. Um lote de ações da Petrobras, por exemplo, é composto por 100 ações, a cerca de R$ 50,00 cada, ou seja, R$5.000. Para mim e para todos os que não nadam no dinheiro, pode-se trabalhar com os chamados "lotes fracionários", lotes pequenos sem limite de quantidade. O lado ruim é que nem sempre se consegue vender lotes fracionários pelo preço "cheio" das ações, sempre um pouco menos. Outra coisa é que os lotes fracionários têm que ser trabalhados com ações de liquidez boa (evite os "micos") pois senão o risco de se "encalhar" é menor. Mas não há motivo para desânimo, eu por exemplo trabalho com esses lotes e estou satisfeito por enquanto.

Exemplo 1: comprou 10 ações da empresa A a R$85,40 por ação. A corretora cobra fixo R$20,00 por operação. Dá mais ou menos uns 30 centavos de emolumentos. No total gasta-se R$ 874,30 nesta compra. Pra se ter um lucro, as ações precisam ir pra mais de R$90 pois existe a taxa na hora da venda também (a menos que se faça um "daytrade"). Ou seja, calcule sempre, senão o risco de um prejuízo é grande. Ponha o Excel pra trabalhar nessa hora.

O pessoal diz que para valores abaixo de 2.000 reais é melhor trabalhar com uma corretora que cobre uma porcentagem, e acima disso, com uma que cobre valor fixo. Isso é só uma recomendação por cima, você pode ter lucro ou prejuízo de qualquer jeito.

Análises

Existem basicamente dois tipos de análises de ações (e índices): a técnica e a fundamentalista. A análise técnica é feita em cima de gráficos, do que eles apontam pro futuro (é também chamada de grafista). A análise fundamentalista leva em conta os fundamentos da empresa (lucros, estrutura, concorrência, como anda o ramo, etc.).
Muita gente investe com base só em uma das duas, mas o ideal é mesmo casar as duas. A análise gráfica serve mais pra prazos curtos e épocas estáveis, de pouca oscilação. A análise fundamentalista serve para o longo prazo sempre, mas no curto prazo quem influencia mesmo é o movimento do mercado devido a fatores externos, como a recente crise dos "subprimes" americanos.

Análise Técnica (Grafista)

Basicamente, é pegar um gráfico de uma ação e tentar adivinhar o próximo movimento. Existem vários apoios a quem quer fazer isso, cursos, etc. Bem, para a maioria das situações os gráficos podem indicar um caminho que a ação vai seguir, mas é sempre importante notar que o ritmo das ações seguem o ritmo da bolsa, isto é, se a bolsa cai a ação tende a cair e vice-versa. Assim, também uma empresa que está com ações em alta pode não cair ou cair menos do que os índices da bolsa, dependendo da força de sua alta. O contrário vale: essa mesma empresa, em alta, pode subir bem acima dos índices
na alta destes. No dia 22/08, por exemplo, a bolsa teve uma alta expressiva e, de todas as centenas de ações, só umas poucas caíram, e bem pouco. Em compensação, três grandes empresas chegaram a subir mais de 10%!

Os gráficos de "candles" são a forma mais comum de gráfico desse tipo. Os candles (velinhas) são úteis pois podem revelar o caminho de determinadas ações nos dias seguintes.



Veja este gráfico de cima. Os candles nele representam um dia inteiro. As linhas dos candles são os preços a que chegaram esta ação, as formas cheias são a diferença entre a abertura e o fechamento (no caso de o candle ser um dia inteiro) ou entre o começo e o fim do período do candle. Os candles brancos são altas e os pretos são quedas. Por exemplo:



No caso, as ações começaram o dia em 53 reais, chegaram ao mínimo de 52,10 e ao máximo de 55,20, e terminaram em 55. Candles com o "bojo" mais para cima (como um martelo em pé - exemplo 1) indicam uma provável alta no período seguinte. Um candle em formato de martelo perfeito (sem linha em cima do "bojo" - exemplo 2) é uma forte indicação de alta, a mais forte possível. O contrário é válido: candles com "bojo" pra baixo (ex. 3) apontam possível queda.

Tudo é possibilidade, veja bem. Análise gráfica é assim: pode chover, mas pode fazer sol. Se chover, pode chover muito. Se fizer sol, pode rachar côcos. O mais útil da análise gráfica é quando há um candle de martelo ou quando há suportes e resistências bem pronunciadas. Suporte é um ponto baixo onde, se o preço da ação romper esse ponto, vai descer a ladeira. Resistência é o contrário, um ponto alto, se rompido indica que vai às alturas. Os suportes e resistências do gráfico de exemplo estão em laranja e verde, respectivamente.

Há diversos cálculos e curvas matemáticas que o pessoal gosta (Tri-line, bandas de Bollinger, Fibonacci, etc), mas cuidado ao confiar demais nessas coisas: notícias externas e fundamentos sempre estão em primeiro lugar quando se está falando de uma empresa.

Análise de Fundamentos


Fundamentos só podem ser "mastigados" por gente realmente especializada, mas analisá-los é o caminho mais seguro pra se investir. Sorte nossa que existem sites que disponibilizam fundamentos "mastigados" pra gente, como o site da corretora Win e o InfoMoney. Lá podemos consultar análises fundamentalistas de empresas e os balanços destas.

De tempos em tempos, corretoras lançam publicamente listas de ações recomendadas. Algumas dessas listas têm o chamado "preço justo", que é quanto os analistas acham que a ação vai valorizar em alguns meses. Algumas têm até uma justificativa dos motivos pelos quais recomendam algumas ações. Um conselho: é bom não acreditar na empolgação desse pessoal em recomendar compras e traçar preços justos lá em cima. Leve em maior consideração aquelas ações que todos estão falando bem ou então recomendações muito fortes.

Recomendo, pra ver essas listas e análises fundamentalistas em geral, cadastrar-se na newsletter do site InfoMoney. Não se esqueça que esses sites de informação gratuita têm um pequeno delay (atraso) das informações, geralmente 15 minutos.

Comportamento

Investindo em ações não caia nunca na besteira de usar seus sentimentos. Estabeleça metas de ganho, não permaneça "comprado" em ações que estão em alta só pra ganhar "mais um pouquinho". Da mesma forma, siga o axioma de Zurique: "se o barco está afundando, pule", ou seja: ponha o "stop" pra trabalhar a menos que você esteja mirando o longo prazo, em outras palavras, não se faça amargar um prejuízo confiante que "um dia" ele se reverterá. Outra: não aja como se fosse um cassino: se você perdeu dinheiro, estude, aprenda mais pra fazer os ganhos superarem as perdas. Riscos sempre existem, mas quanto mais se conhece, mais se controlam esses riscos.

Ritmos de Mercado

Basicamente, o ritmo das ações é resultado dos fundamentos da empresa, incluídos aí os fundamentos dos mercados brasileiros e mudiais (segundo o mercado que a empresa atua). Pra descobrir o rumo de uma ação, deve-se, em suma, considerar esses fatores:

1- Os fundamentos da empresa - Como anda o caixa dela e as perspectivas desse caixa.

2- Contexto da empresa - A Petrobras, por exemplo, depende muito do preço internacional do petróleo. Se o petróleo sobe, a tendência é ela subir. Ao contrário, uma petroquímica como a Braskem tende a subir quando o petróleo cai, pois pra eles petróleo é matéria-prima.

3- Contexto da bovespa (economia brasileira e mundial, índices da bovespa e principais bolsas do mundo)

4- Preço "justo" das ações. Às vezes uma ação sobre demais e passa por um processo de "correção" em seguida, que é simplesmente o pessoal vendendo essas ações pra realizar um lucro.

Outros investimentos em ações

Fundos de ações - Investir em fundos de ações é deixar que o gestor do fundo, geralmente um banco, faça todas as operações de compra e venda segundo uma carteira pre-definida. Pode-se argumentar que no banco eles são mais especializados e tal, mas eles são bastante engessados porque têm que lidar com uma carteira fixa e não podem sair dela. Além disso, há uma taxa sobre os ganhos e, como se não bastasse, há a incidência de 15% de imposto de renda sobre os rendimentos. Ainda assim, pode ser uma boa opção para quem tem menos recursos e paciência. Lembre-se que o fundo é uma carteira de ações como qualquer outra, então é desejável entrar no investimento numa época de baixa, ou pelo menos numa época que não estejamos numa alta muito forte.

Opções ou Mercado à prazo - As ações como descrevi nesse tópico são o Mercado à Vista de ações, existe também o mercado à prazo. No entanto, não vou me estender muito sobre ele, pois opções são realmente coisa de pessoal experiente, pela habilidade e risco necessários. Basicamente, nesse mercado você lança uma opção de compra ou venda para daqui a um mês ou vários meses a um preço fixado agora, e quando chegar essa data tem que praticar esse preço na compra ou venda. Ao contrário das ações (à vista), você tem um risco considerável de perder tudo e mais um pouco do que investiu, portanto vale o conselho (que me deram): fique craque nas ações à vista primeiro, daí comece a estudar as opções. Só se vc tiver muito tempo livre, daí tudo bem.

Sites


Toda empresa com ações na bolsa tem, em seu site, uma parte de "relações com o investidor". Nesta seção estão disponíveis os últimos balanços da empresa, dividendos que ela pagou, enfim. Há sites que têm essas informações mais mastigadas:

www.infomoney.com.br
www.oinvestidor.com.br
br.advfn.com

Corretoras

Não se esqueça que o banco onde vc tem conta é corretora também. Alguns têm tarifas boas e bons serviços, outros nem tanto. O Itaú, meu banco, é meia-boca em serviços e cobra a tabela da Bovespa, o que é ruim pra alguns, mas tem a vantagem da integração com a conta do banco. A maioria das corretoras desvinculadas a grandes bancos têm atrativos muito bons, visite estes sites e confira:

www.wintrade.com.br

www.agorainvest.com.br

www.banifinvest.com.br

www.investtrader.com.br

www.titulo.com.br

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